segunda-feira, 18 de junho de 2012


Continuação
O fruto do cacaueiro e os produtos dele obtidos especialmente, o chocolate - estiveram sempre, nos últimos dois mil anos da história ocidental, intimamente ligados ao poderio econômico e à satisfação dos prazeres sofisticados.
Para os maias e astecas foi objeto de culto, riqueza e poder. Esses povos aprenderam a domesticar e a cultivar a planta com o objetivo de extrair-lhe a amêndoa, à qual foi dado valor de moeda. Com a mesma amêndoa, pilada pacientemente e transformada em pasta, inventaram o chocolate, bebida considerada afrodisíaca.
Verdadeira árvore de frutos de ouro - ouro vegetal - o cacaueiro significou poder e riqueza para os espanhóis que chegaram à América, enquanto conseguiram manter o monopólio sobre a produção e a comercialização de seus frutos.
Introduzido por representantes da Igreja, que circulavam entre a Europa e as terras americanas, o chocolate foi objeto de desejo, intrigas e mistérios nas cortes européias, já a partir do início do século XVI.
O cacau foi também, pouco mais tarde, objeto de contrabando e pirataria de navegadores holandeses e ingleses, sempre em busca de grandes lucros. Foi dessa forma que se quebrou o monopólio espanhol sobre o produto e que os sabores do cacau e do chocolate puderam se espalhar por todo o mundo conhecido. Na Europa do final do século XVII, o consumo do chocolate como bebida se generalizou, ampliando enormemente a demanda pela produção de cacau.
Assim estava o mundo, quando as primeiras sementes para cultivo em larga escala foram introduzidas no Brasil, mais precisamente no sul da Bahia, ainda no século XVIII. Logo descobriu-se que o clima e o solo da região eram excepcionais para a disseminação de grandes plantações de cacau. Ali, a busca do ouro terminaria à sombra dos cacauais.
A partir de então, desde a metade do século XIX - e por quase 150 anos - o cacau se transformou em símbolo de status, poder e riqueza entre os "coronéis" que foram se instalando em ricas fazendas na região de Ilhéus e de Itabuna, na Bahia.
Nesse período, o Brasil tornou-se o maior produtor e exportador de cacau do mundo, produzindo riquezas e dominando praticamente sozinho todo o mercado internacional. Por muito tempo, no sul da Bahia, o cacau permaneceu sendo uma atividade bastante rentável.
A saga do cacau transformou a paisagem da região: nasceram belíssimos cacauais, bem formados, limpos e sombreados, com árvores repletas pelos frutos amarelos e vermelhos; desenvolveram-se cidades e portos movimentados, de vida cultural intensa e protagonistas de muitas histórias de amor e ódio.
Porém, os últimos 15 anos assistiram à decadência da produção cacaueira no sul da Bahia.
Entre os principais motivos dessa transformação destacam-se: a baixa do prego do cacau no mercado internacional; a concorrência com os países africanos; o fim da possibilidade de expansão das terras cultiváveis na região; a falta de investimentos em técnicas modernas de plantio; e, para culminar, a praga da "vassoura-de-bruxa" que infestou as plantações baianas.
Hoje em dia, o Brasil continua na lista dos principais exportadores do mundo, mas o cacau é, também, produzido em outras paragens: na Amazônia, nos Estados do Pará e de Rondônia, e no sudeste do país.

flor do cacaueiro

Fonte:
 http://www.portalsaofrancisco.com.br

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